Receita investiga contribuintes da serra gaúcha que declararam ter R$ 100 mil em espécie

Receita investiga contribuintes da serra gaúcha que declararam ter R$ 100 mil em espécie

Contribuintes que declararam no Imposto de Renda de Pessoa Física (IRPF) 2019, ano base de 2018, que tem mais de R$ 100 mil em espécie guardados entraram na mira da Receita Federal no Rio Grande do Sul.  O órgão deflagrou nesta quarta-feira (29) a primeira fase da Operação Tio Patinhas, nome inspirado no personagem de Walt Disney que mantinha dinheiro em cofre em casa, tem como alvo residentes na Serra gaúcha. A fiscalização auditará cerca de R$ 3 bilhões declarados em moeda nacional. Os auditores identificaram 8.617 pessoas físicas que declararam possuir, pelo menos, R$ 100 mil em dinheiro. Desse grupo, 91 pessoas afirmam ter mais de R$ 1 milhão em espécie. A Receita informou por meio de nota que tem indícios de que os valores são fictícios.  Uma das pistas que ajuda a reforçar a suspeita de fraude foi a constatação feita pela fiscalização de que um único computador emitiu mais de 800 declarações indicando dinheiro em espécie em valores relevantes. A Receita informou que as pessoas fiscalizadas serão intimadas a comprovar a existência dos recursos declarados ou retificar a declaração do IRPF. Os contribuintes que informaram que mantêm mais de R$ 1 milhão em moeda em espécie ficam, por exemplo, em Bento Gonçalves, São Marcos, Farroupilha, Vacaria e Gramado. As declarações que não forem esclarecidas serão retidas em malha até a efetiva comprovação da existência dos valores. O fisco espera um alto índice de retificação, com a regularização espontânea dos contribuintes. As pessoas que não retificarem a declaração e não comprovarem a existência do dinheiro estão sujeitas a multas que variam entre 75% e 225%, além da representação fiscal para fins penais ao Ministério Público. A Receita alerta que o dinheiro fictício pode ser usado para cobrir variação patrimonial, compra de carros e imóveis de luxo. Além disso, a origem do dinheiro costuma ser associada a atividades ilícitas, esquemas de corrupção e lavagem de dinheiro, reforçou em nota.

 

Fonte- Jornal do Comércio