Por que a prioridade deve ser salvar as MPEs?

Chegamos ao terceiro mês de enfrentamento da pandemia e os pequenos negócios dos mais diversos segmentos de atuação continuam remando para manter suas operações. Para aquelas empresas que já investiam no online ou buscaram capital para fazer a “roda girar”, o período foi de trabalho pesado na construção de um segundo semestre de retomada. No entanto, nem todos os empreendimentos estão conseguindo seguir adiante. Nessa grande máquina que move o mercado, os “pequenos” são muitos e essenciais para a recuperação econômica do País. As MPEs não podem parar.
De acordo com o Sebrae, no Brasil, existem 6,4 milhões de estabelecimentos. Desse total, 99% são MPEs. Mas, não é só isso. Elas não só fazem circular capital, produtos e movimentar as vendas, como empregam muitos profissionais. As pequenas companhias são as que mais geram postos de trabalho com carteira assinada, somando 54% dos empregos formais. O comércio concentra a maior parte delas, somando 41%.
Isso quer dizer que os pequenos negócios são a base de muitas famílias que dependem do seu trabalho para sobreviver. Isso porque não estamos somando nessa conta o trabalho informal, que está presente no mercado dos pequenos empreendedores. A verdade é que a pandemia abalou diretamente essa estrutura. É inegável que o impacto para esse tipo de empresa é muito maior e mexe com um mercado que alcança diversas camadas da sociedade. Entender a importância desses empreendimentos significa colaborar para que eles se mantenham.
É claro que isso não depende de uma ponta da cadeia. É preciso que governo, bancos, fintechs e demais instituições façam a sua parte para facilitar a retomada desses pequenos negócios, amortizando parcelas de pagamentos, facilitando o cumprimento de prazos e colaborando para que todos os empreendedores consigam manter suas equipes.
Porém, como consumidores também temos um papel importante. A reflexão de que esses pequenos negócios precisam ser priorizados em uma compra, por exemplo, para fazer o comércio girar, pode ser um começo. Não estamos pensando somente no estímulo econômico que isso pode gerar, mas principalmente na manutenção de empregos em cada uma dessas empresas.
Pode soar redundante assistir a campanhas e projetos que incentivam o consumo nos “menores” comércios ou que utilizam os serviços do microempreendedor. Mas, a verdade é que esses empresários são responsáveis por diversos eixos da sociedade. Salvar as MPEs é uma questão de sobrevivência para os brasileiros.
Fonte: Jornal do Comércio